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Poucos filmes na história do cinema conseguiram gerar tanta polêmica quanto “Crash – Estranhos Prazeres” (1996), dirigido por David Cronenberg. Inspirado no livro homônimo de J.G. Ballard, publicado em 1973, o longa mescla aclamação e rejeição graças à sua narrativa incomum e a cenas explícitas que testam os limites do público e da crítica.
A trama acompanha um casal em crise que encontra um novo sentido no relacionamento depois que um deles sobrevive a um grave acidente de carro. Essa experiência traumática abre as portas para uma subcultura repleta de pessoas que conectam o prazer sexual à adrenalina dos acidentes automobilísticos. Entre as cenas mais impactantes estão relações íntimas envolvendo cicatrizes de colisões, além de fantasias envolvendo desastres fatais.
Crash é certamente polêmico (New Line Cinema).
“Crash – Estranhos Prazeres” não se limita apenas ao choque. Com sua abordagem intensa, o filme propõe uma reflexão sobre a alienação emocional da vida moderna e a incessante busca por sensações extremas.
Os personagens, frequentemente distantes em termos afetivos, parecem encontrar algum sentido apenas por meio de situações-limite — um comentário irônico sobre como a tecnologia e o vazio da sociedade contemporânea podem moldar comportamentos e fetiches fora dos padrões tradicionais.
Exibido no Festival de Cannes, o filme não passou incólume: enquanto recebeu o Prêmio Especial do Júri, também foi alvo de vaias contundentes. O próprio Cronenberg contou que, naquele ano, Francis Ford Coppola, presidente do júri, impediu que o longa vencesse a cobiçada Palma de Ouro devido à sua natureza controversa.
Essa dualidade é típica de “Crash”. É um filme que impressiona ou revolta na mesma intensidade, como bem definiu o crítico Roger Ebert: “Desafiador, corajoso e original. Admiro o filme, embora não possa dizer que ‘gostei’ dele.”
O lançamento do longa trouxe respostas drásticas de diversas instituições. No Reino Unido, mesmo com o aval da British Board of Film Classification, o Conselho de Westminster impôs limites a exibições em algumas regiões de Londres.
Nos Estados Unidos, salas de cinema em Ohio se recusaram a projetá-lo, assim como algumas na Noruega. O tabloide britânico Daily Mail chegou a liderar uma campanha para bani-lo em todo o país, mas sem sucesso.
Mesmo dividindo opiniões — para alguns, a obra é depravada; para outros, ousada e brilhante — “Crash” se firmou como um marco na discussão sobre arte e censura.
Sua cena mais lembrada, na qual um personagem se envolve sexualmente com a cicatriz na perna de outro após um acidente, simboliza toda a ousadia e o tema central do filme.
Embora cause desconforto em muitos espectadores, “Crash – Estranhos Prazeres” continua relevante, especialmente em debates sobre até onde a liberdade criativa pode (ou deve) ir.
Atualmente, o filme pode ser encontrado em serviços de streaming, como o Apple TV+ (em alguns países), permitindo que novas gerações descubram essa obra tão comentada.
A controvérsia gerada por “Crash” permanece como um lembrete da relação sempre tensa entre a indústria cinematográfica, a censura e o público. Ao explorar a sexualidade e a mortalidade através das consequências de acidentes de carro, o filme faz mais do que chocar: ele convida à reflexão sobre como buscamos significado e intensidade na existência humana.
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